A onda do pagamento por aproximação vem crescendo no Brasil, mas você sabe como ele funciona e quais são seus benefícios? Vem descobrir com a gente!
Você já foi ao mercado e viu alguém pagando a compra somente encostando o cartão na maquininha? Provavelmente essa pessoa estava usando o método de pagamento por aproximação, algo já bem conhecido em alguns países e que chegou recentemente ao Brasil. A tecnologia já existe há muitos anos, mas até então era explorada apenas em outros setores.
O pagamento por aproximação representa um enorme avanço no mercado, principalmente para o varejo. Existem muitos benefícios na prática e também alguns desafios que precisam ser superados ao longo do tempo, mas tudo indica que a adesão irá aumentar cada vez mais.
O que é pagamento por aproximação?
Essa tecnologia, também chamada de contactless, permite fazer pagamentos sem inserir o cartão na maquininha e sem digitar a senha, apenas aproximando o cartão.
Algumas operadoras de cartão e bancos ainda permitem que o pagamento seja realizado aproximando o celular ou pulseiras smart da maquininha, sem precisar estar portando o cartão. Para que seja possível fazer o pagamento contactless pelo celular, é preciso que o aparelho tenha a função de carteira digital.
Como o pagamento por aproximação surgiu?
A tecnologia utilizada no pagamento por aproximação é a NFC (Near Field Communication), que significa comunicação por campo de proximidade. Ela é derivada do RFID (Radio Frequency Identification), já amplamente usado no setor de transportes, principalmente no sistema que permite pagar o pedágio sem parar na cancela.
O RFID já existe há mais de 50 anos, mas o NFC surgiu no início dos anos 2000, embora só exista uma única diferença entre as tecnologias: a distância necessária para efetuar a transação. Enquanto o RFID pode funcionar a uma distância de até 100 metros, o NFC funciona entre 4 e 10 centímetros.
No Brasil, o NFC começou a ser utilizado recentemente para pagamentos, mas a tecnologia não é nenhuma novidade. É a mesma empregada em catracas de transporte público, chaves de hotéis e até mesmo como crachás.
Há adesão?
A adesão a esse tipo de pagamento ainda não é tão significativa no Brasil, mas ela vem crescendo, principalmente desde que a pandemia do coronavírus atingiu nosso país.
O fato de não precisar tocar em dinheiro ou digitar a senha nas maquininhas pode diminuir a transmissão do vírus, então isso foi visto com bons olhos pelos consumidores.
Uma pesquisa feita pela iZettle, uma fintech sueca, mostrou que esse tipo de pagamento cresceu quase 40% no Brasil. Mesmo que exista um avanço, o método ainda representa uma parcela muito pequena dos pagamentos.
Por uma questão cultural, o pagamento feito com dinheiro vivo ainda representa a maior parte das transações no varejo, seja por resistência à tecnologia por parte das pessoas, por insegurança ou pela falta de incentivo do setor.
Para aumentar a adesão, o número de cartões e celulares que funcionam com a tecnologia também precisaria aumentar, já que hoje esse número não alcança nem 5%. Outra questão é o valor máximo da transação permitido nesta modalidade, que é de apenas R$ 50. Existem algumas propostas de aumentar esse valor para pelo menos R$ 100, pensando em difundir o pagamento contactless.
Quais são os benefícios?
Pagar sem precisar inserir o cartão na maquininha e digitar a senha traz muitas vantagens para a rotina dos consumidores. Já parou para pensar em todos os benefícios?
Praticidade e agilidade
É realmente muito prático só aproximar o cartão, celular, relógio ou pulseira da maquininha, não é mesmo? Além de promover conforto, os processos de pagamento também ficam mais rápidos. Isso é muito importante em uma sociedade na qual o tempo é cada vez mais valioso.
Segurança
Você sabia que a maioria dos cartões são clonados quando são inseridos nos terminais de pagamento? Carregar dinheiro vivo também é perigoso, pois isso expõe os consumidores a assaltos e furtos. Com o pagamento por aproximação, as transações se tornam muito mais seguras.
Quais são os desafios?
Como tudo que ainda não está 100% consolidado e plenamente aceito pelos consumidores, o mercado, bancos e operadoras de cartões têm alguns desafios para enfrentar.
Segurança
Sim, ao mesmo tempo que a segurança é um benefício, ela também se apresenta como um desafio. Quando se pensa em clonagem de cartões e uso de dinheiro vivo, o pagamento por aproximação é extremamente vantajoso.
Por outro lado, caso o usuário perca o cartão e alguém mal-intencionado o encontre, essa pessoa poderá fazer compras de até R$ 50 antes que o dono do cartão faça o cancelamento.
No caso de assaltos e roubos, a vítima costuma cancelar o cartão imediatamente, mas no caso de perdas, nem sempre isso é percebido a tempo de evitar dores de cabeça maiores.
Novidade para os consumidores
Nem tudo que é novo é bem recebido e, quando o assunto são novas tecnologias que envolvem dinheiro, isso é ainda mais difícil. Muitas pessoas precisam ter contato com o dinheiro físico, alegando que isso traz mais segurança e controle.
Existem inclusive pessoas que preferem um processo mais difícil para fazer compras, já que a facilidade é um atrativo para se gastar mais.
Custo de instalação
Os terminais e maquininhas mais novos já vêm habilitados com a tecnologia NFC, mas uma boa parte deles ainda não suportam essa modalidade. Fazer todas as adaptações necessárias pode pesar no bolso dos comerciantes, já que a maior parcela das vendas usando o cartão são feitas no varejo.
O que podemos observar é que mesmo com a resistência de uma parte dos consumidores, tornar o processo de pagamento mais fácil e intuitivo é um dos grandes objetivos do mercado financeiro.